domingo, 17 de maio de 2015

Por dentro do universo de CHARON !

Fofura e loucura, garotos cujos nomes terminam em "rou", coelhos que oferecem seus serviços de salvar o jogo para toda a nação... Isso mesmo, hoje falaremos sobre os jogos criados por CHARON.


Nota: Se você julgou essa postagem por ser "apenas mais uma falando sobre CHARON", então ela é destinada especialmente a pessoas como você. Clique em Mais Informações e você saberá o porquê.
(Nota²: Minha intenção era publicar isso há duas semanas atrás por ser uma sexta especial, mas... bem, aqui está. Sushi!)

"Este jogo contém violência e imagens grotescas.
Esta é uma história de ficção. 
Qualquer semelhança com algo é mera coincidência."

     Não sei se vocês sabem, mas existe um preconceito inacreditável com os jogos de autoria CHARON. Algumas pessoas - e não são poucas, até você pode ser uma delas - simplesmente fogem quando leem esse nome e julgam seus trabalhos sem nem os terem jogado. 
     Parte desse preconceito surgiu na década passada, quando as grandes empresas de videogames começaram a desenvolver produtos com gráficos cada vez mais bonitos, para atrair os consumidores, e essa ideia ficou impregnada nas mentes de milhões de gamers do mundo todo.
     Porém, como não é possível criar jogos esteticamente belos em plataformas de RPG Maker, os desenvolvedores especializados nessas engines investem tudo o que tem em mente para criaruma boa história, se preocupando mais com o conteúdo do que com a aparência. Então implementam seus jogos com um design charmoso, músicas emocionantes e personagens bem desenhados. Mas sempre a história é o principal método para atrair os jogadores de RPG Maker.
     E existem várias maneiras de contar uma história. Do mesmo jeito que os jogadores originais se acostumaram com games bonitos e gráficos maravilhosos, os jogadores de RPG Maker se acostumaram com histórias contadas à medida que o protagonista controlado em terceira pessoa adquire itens, resolve puzzles e interage com o cenário. Só porque o estilo de CHARON, em jogo ou outro, é diferente deste estilo pré-estabelecido (misturando diálogos em estilo visual novel com temática yandere), milhares de pessoas deixam de jogá-los, ignorando o fato de que a arte neles é impecável e a trilha sonora é inesquecível, e só levando em conta que "o jogo é praticamente só texto". Os jogos da franquia Corpse Party também sofrem esse preconceito pelo mesmo motivo. Afinal, se um jogo só for bom pelo modo como sua história é contada, Yume Nikki deve ser considerado ruim? (Você pode ler mais sobre o polêmico Yume Nikki aqui ou aqui).
     Da mesma forma que não se deve julgar um livro pela capa, não julgue um jogo pelo seu autor. Jogos não mudam nunca, pessoas sim. Jogue algo de CHARON. Dê mais uma chance. Você pode mudar de ideia se deixar o preconceito de lado.

Mas quem é CHARONDica número um: é um país da Europa

     CHARON é um grupo de japoneses que começou a criar jogos no RPG Maker (e, mais tarde, também no Wolf RPG Editor) em 2013. Não se sabe quem são ou quantos são, embora hajam teorias de que cada letra da palavra "charon" representa a inicial de um dos integrantes, mas podem ser muito mais do que seis pessoas. Suas produções são voltadas para o drama trágico e terror psicológico, nas quais predomina um estilo visual novel com menos gameplay e mais história, além de múltiplos finais.
Criações de CHARON:

Mikoto Nikki
Mix Ore
The Dark Side of Red Riding Hood
Makoto Mobius
Yanderella
You, Me & Empty Words
Shihori Escape

Trabalhos externos/fangames:

Millefiori [Downer]


     Abaixo estão informações gerais de cada jogo desse grupo, com recomendações e opiniões expressas unicamente por mim. Conforme mais jogos desses autores forem sendo lançados e traduzidos, eu atualizarei essa postagem.
Mikoto Nikki (ou O Diário da Mikoto)


     Você está namorando a garota mais popular do colégio, mais bonita e mais inteligente, Mikoto, quando recebe um convite para ir à casa dela. Enquanto está ocupada preparando uma surpresa, o protagonista, Matarou, encontra pedaços do diário de Mikoto espalhados e descobre que por trás daquele rosto gentil há um segredo obscuro que pode revelar a verdadeira face da garota. Se isso o fará temê-la ou entendê-la, só depende de você.
     O título possui uma proposta genial sobre o perturbador lado que todos nós temos e optamos por esconder. Lançado em 2013 e com uma duração mínima de 40 minutos, este foi o primeiro jogo de CHARON trazido para o Brasil com a tradução da Mei para o português. Ainda que se passe inteiramente em uma casa pequena de quatro ou cinco cômodos, a cada página lida no diário sua insegurança naquele ambiente aumenta, criando uma sensação até claustrofóbica. Um terror psicológico muito bem explorado que, sem dúvidas, vai te deixar pensando nele após o final do jogo. Se você ainda não o experimentou e está a procura de algo bom para passar o tempo, não espere mais e vá jogar Mikoto Nikki agora mesmo!

NOTA: 

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Postagem da Mei sobre este jogo: clique aqui.

Só eu fiquei me perguntando o que Mikoto cozinhava naquele fogão pra demorar tanto tempo e, depois, simplesmente surgir do nada após Matarou abrir o armário de seu quarto?

Yanderella (ou Yanderela)


     Yanderella é um jogo onde você pode tirar a roupa das amiguinhas sobre triângulos amorosos divertido e incomum, já que, mesmo que o jogador controle um protagonista homem que é assediado por duas amigas, há um leve shoujo incluído, então tanto homens quanto mulheres podem gostar dessa experiência.
     A história é um pouco bagunçada: tenta incluir um passado dramático dos três colegas, fazer com que o jogador decida passar mais tempo com uma menina do que com outra, relacionar esse romance brega com Cinderela e ainda injetar uma boa dose de yandere. Não sei explicar como, mas essa mistura funciona e consegue te prender por algumas horas até o clímax: onde o verdadeiro jogo começa, te obrigando a escolher uma das duas garotas e sofrer por isso, ou não escolher ninguém e se decepcionar por não ter acontecido nada emocionante.
     Lançado em 2013, Yanderella reúne um romance simples e instigante com drama, violência, humor, agonia e terror, que leva de uma a duas horas de gameplay. Um dos mais esquisitos e memoráveis de CHARON, vale a pena jogar e recomendo que o façam.

NOTA: 

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Postagem da Mei sobre este jogo: clique aqui.
Postagem da Kanako sobre este jogo: clique aqui.

Porém o mistério que prevalece é: se a Honoka gostava do Yatarou desde o começo, por que só esperou pra dar em cima dele quando a concorrente Hinata apareceu??

Mix Ore


     Nosso protagonista Kantarou acorda em uma cama de hospital com amnésia. À sua frente, uma xícara e uma garota sorridente. Porém, as intenções dela para estar ali são perversas e os motivos de sorrir podem ser ainda mais cruéis.
     Em Mikoto Nikki você precisava lidar com apenas uma garota. Em Yanderella, com duas. Já em Mix Ore, os problemas dos homens pioraram: três mulheres querem transformar o seu falso sonho em um pesadelo (vamos torcer para que não estejam passando pela TPM).
     Neste jogo, CHARON opta mais uma vez pelo convencional ao extravagante, reunindo histórias casuais a um estilo de jogo divertido e direto, que não cansa nem repete aspectos marcantes dos anteriores - e ainda te surpreende diversas vezes! A história de cada uma das três garotas dura cerca de 15 minutos e leva a dois finais diferentes (sendo uma espécie de jogo "3 em 1" com seis finais). No mesmo estilo "visual novel" dos jogos anteriores, Mix Ore cria personagens originais com características próprias bem demarcadas (cedo ou tarde, você odiará ou amará alguém, talvez até terá ambas as atitudes) e um jogo capaz de causar os mais diversos sentimentos no jogador é digno de respeito, por isso vale a pena investir algum tempo do seu dia com esse brilhante trabalho de CHARON!

NOTA: 

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Postagem da Mei sobre este jogo: clique aqui.

Então se Kantarou foi atacado/atropelado/esfaqueado, por que o liberaram do hospital depois de apenas quatro dias?
Millefiori


     Quatro meses após Mix Ore ser lançado, ainda em 2013, alguém que atende pelo nome "Downer" cria um fangame focado apenas na história de Rikana Millefiori, a loirinha vigarista do título anterior de CHARON, e nos motivos que ela teria para fazer tudo o que fez com Kantarou. Assim surge Millefiori, o único jogo dessa lista que não foi criado por CHARON, mas foi baseado em um trabalho destes autores.
     Quando joguei Mix Ore, tive um surto com a história da Ayano e quase caí da cadeira com a da Nagisa, mas a de Rikana me deixou um pouco decepcionado, não atingindo minhas expectativas. Afinal, sua trama é a única que envolve mais conflitos com o dinheiro do que com o amor. Faltava algo na dela para me surpreender como a das outras garotas fez. E Downer acerta em cheio quando coloca esse elemento desconhecido (a manipulação? A alienação? A aproximação baseada no interesse?) em seu fangame, tornando a história de Rikana Millefiori interessantíssima e merecedora da atenção dos fãs de Mix Ore.
    Caso você seja uma dessas pessoas, recomendo que instale Millefiori agora mesmo. Caso contrário, este jogo continuará sendo divertido e empolgante (talvez não tanto quanto se você já tiver conhecido a personalidade de Rikana por meio de Mix Ore, mas continuará) então vale a pena jogá-lo da mesma forma.
NOTA: 

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Download em chinês ou coreano.

Algo nessa história me intriga: se Rikana estava afogada em dívidas e solitária sem família ou amigos, como ela conseguiu o carro que atropelou Kantarou?
Makoto Mobius


     Watarou é um estudante que senta ao lado de Makoto na classe. Os dois não se conheciam direito até que, certa vez, a garota pergunta a ele se estaria melhor morta (Makoto del Rey) e, no dia seguinte, simplesmente morre. Nem sua melhor amiga, Mikio, sabe o motivo ou a causa de sua morte, porém ela está disposta a descobrir. Assim, junto a Watarou, Mikio usa uma fita de Mobius para enviar o jovem a um loop na realidade de Makoto a fim de tentar salvá-la de seu destino.
   A sinopse é um pouco confusa, mas após jogar por algum tempo você rapidamente começa a entender a situação na qual está inserido. Uma combinação perfeita de drama e mistério com um sutil terror psicológico aliado a personagens apaixonantes torna Makoto Mobius um jogo inesquecível. E ainda pode provocar algumas lágrimas.

NOTA: 

Download em português: ???
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Vocês já assistiram a Inception ou Looper? Bem, a história desses filmes se assemelha à de Makoto na questão dos loops provocado pelo Mobius, exceto pelo fato de que Watarou não é nada parecido com o Leo DiCaprio nem com o Joseph Gordon-Levitt.
You, Me & Empty Words


     Definido como "um pedaço de lixo feito em três dias" por seus criadores, esse jogo de 2013 baseado em uma história real se mostra uma experiência muito mais singela do que isso, por falar de temas como confiança e respeito. Apesar de possuir dois finais diferentes e poder completá-los em só quinte ou vinte minutos totais, o tempo passa voando a partir do momento em que você clica em "Start" e mergulha de cabeça nessa história.
     A trama gira em torno da amizade de dois estudantes, Shintarou e Akino (sendo este segundo o ruivinho presente na tela de título, veja a imagem acima), que, apesar de não serem nada sociáveis e um pouco esquisitos, acabam se tornando amigos. O desenvolvimento dos personagens é muito bom e a relação que os dois mantém é encantadora desde o início. As músicas não contribuem tanto para criar uma atmosfera dramática e tensa como nos outros títulos desses autores, mas o som de piano no fundo me agradou.
     Por outro lado, chamar You, Me and Empty Words de "jogo" é quase como chamar o Leonardo DiCaprio de "vencedor de muitos oscars", já que ambos não chegam nem perto disso. Na história, o jogador toma o papel de Shintarou, mas em momento algum controla ou movimenta o garoto, sendo responsável apenas por escolher as frases que ele dirá para Akino e passar de um diálogo para outro.
     Esse é, de longe, o trabalho de CHARON que mais se assemelha a uma visual novel. Ou melhor, ele é uma visual novel. Recomendo que você não jogue You, Me and Empty Words se ainda não tiver jogado nada desse grupo, pois o estilo pode te entediar para uma primeira vez e te fazer desistir logo de cara. Curto e interessante, mas cabe a você decidir se vale a pena instalar os 15 MB ou não para ler um adorável drama existencial juvenil.

NOTA: 

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Afinal, quem nunca viajou para uma pousada com o coleguinha e se aproveitou dele enquanto dormia bêbado pra tirar sua roupa?

The Dark Side of Red Riding Hood
(ou O Lado Negro da Chapeuzinho Vermelho)


     O único jogo de CHARON que foge totalmente de seu padrão, já que a história não envolve amor juvenil, yandere, amizade, traição ou descobrimento de segredos amargos. Pelo contrário, a proposta é muito mais simples: guiar Chapeuzinho Vermelho até a casa de sua avó doente através da floresta.
    Se você nunca jogou nada desses autores, recomendo sinceramente que comece por este. Os outros trabalhos de CHARON ficaram conhecidos como visual novels pelo modo como os diálogos e conversas eram apresentados, mas O Lado Negro da Chapeuzinho Vermelho é um jogo genuíno, onde movimenta-se a protagonista por mapas, a faz verificar itens e interagir com o cenário. Enfim, você realmente joga, ao invés de só ficar lendo conversas entre garotas e seus namorados (por isso é até difícil relacionar este trabalho com outros do mesmo grupo, já que esse conto macabro da Chapeuzinho Vermelho é verdadeiramente único e inovador).
     Algo interessante sobre sua história é o fato de que nenhum detalhe fica evidente, deixando a trama implícita para o jogador. Uma narrativa perturbadora e envolvente ao extremo, impossível de ser jogada sem se chocar ao pegar um dos seis finais (exceto aquele em que ela segue a estrada normalmente e nada de ruim acontece). Instale O Lado Negro da Chapeuzinho Vermelho neste instante e vá visitar a vovó doente do outro lado da floresta. Mas cuidado com o lobo...

NOTA: 
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Postagem da Mei sobre este jogo: clique aqui.

Imagina que incrível seria ter uma cesta como a da Chapeuzinho: cada vez que você olha, tem algo diferente dentro dela. Às vezes pedras, às vezes vinho, às vezes machado. Tem dias em que me sinto tão indeciso quanto essa cesta.

Shihori Escape


     Um outro nome para Shihori Escape pode ser "Mikoto Nikki 2", já que a jogabilidade dos dois é quase idêntica: andar pela casa procurando pedaços de papel escondidos. A história é sobre um casal que resolve seus problemas na cama, mas não exatamente do jeito que você está pensando: o sensível Kitarou e a insegura Shihori; ambos precisando do amor do outro para sobreviver. Por isso, talvez ele seja o inseguro e ela seja sensível. Ou talvez o contrário. Ou não.
     Para o primeiro jogo de CHARON criado no Wolf, as mudanças são notáveis: os gráficos são uma obra de arte e a qualidade das músicas é muito mais impactante, emocionando quase que instantaneamente quando uma melodia de fundo surge. Entretanto, a trama deixa um pouco a desejar; desenvolvendo uma atmosfera de suspense aos poucos para descarregar toneladas de revelações no final do jogo. Isso não o torna ruim, mas é uma escolha desnecessária quando o desenvolvimento poderia ter sido muito mais cauteloso para tornar o descompasso no relacionamento de Kitarou inesquecível.
    Shihori Escape não vai te marcar para sempre, porém não decepciona. Leva poucos minutos para ser finalizado, consegue envolver o jogador com elementos de terror psicológico e um mistério sutil, porém beirando clichês amorosos e revelando surpresas repentinas que quase o derrubam de vez. Ao contrário do que o título sugere, não há perseguições, e a maior emoção que você sentirá o jogando será no momento em que sua namorada colocar uma faca no seu pescoço.

NOTA: 

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Postagem da Mei sobre este jogo: clique aqui.
Pra ser franco, acho que Shihori Escape poderia ter sigo muito melhor se fosse possível salvar o progresso no coelhinho. Apesar de ele estar lá, não me deixaram guardar o progresso nele! Maior absurdo da história dos jogos CHARON. Quero dizer, o que é CHARON sem poder salvar na coelhinha?!

               
Eu espero que seu dia tenha sido especial.

                

Quais destes você já jogou? Quais ainda não jogou? Por quais você se interessou? Qual o seu preferido e por quê? Quais devem ser traduzidos? Quais dos seus personagens vocês mais gostam?Comente abaixo suas opiniões sobre o mundo CHARON e todos os jogos criados pelas pessoas geniais por trás desse misterioso nome.

3 comentários:

  1. ADOREI todos!
    quando será que vão traduzir os que faltam? anciosa <3
    obrigado por disponibilizar o download ^^

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    1. Todos já foram traduzidos. Se você procurar um pouco você encontra ^^

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    2. todas virgula,se você for ver melhor,irá perceber que Menhera freesia e Full bokko alguma coisa não foram traduzidos ainda

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